Tuesday, January 29, 2008

"Os Novos Sete Pecados Mortais

Esquecidas sejam a avareza, a luxúria, a inveja, a gula, a preguiça, a ira e a soberba. Mudaram os tempos, mudaram os interditos.

Autopromoção

Os quinze minutos de fama, que mencionava o visionário Warhol, bastam para os olhares se voltarem na nossa direcção. Julgarmo-nos únicos, especiais, distintos. Incharmos o ego. Quando os holofotes se apagam na precária ribalta, mergulham na obscuridade os seres que nenhum talento especial distingue.

Hiperactividade

Poucos sabem «preguiçar». A preguiça foi proscrita dos centros urbanos. É ido o tempo em que havia tempo para escutar as cigarras. Que teimo em ouvir. Nos dias que correm, inactividade é o mesmo que morte social. Sofrer por uma carreira, transpirar no ginásio, ver o filme de que todos falam, ler o que acabou de sair, não ter tempo para amar. Tudo para não esquecermos o mundo. Implacável, o mundo, esquece quem somos.

Ironia forçada

O humor é de bom tom. Obrigatório o segundo sentido; agudo e fino. «O sexo e a cidade» e «Seinfeld» tiveram êxito por serem espirituosos. Como os Gatos Fedorentos. Têm graça. E a graça deles preenche o vazio da nossa.

Falsa humildade

Ser e afirmar-se ambicioso (hoje, chamam-lhe profissonalismo ou competitividade). Alguns monarcas deste milénio dizem-se adeptos de ocasional fast-food (trincarão mesmo um naco de minhocas temperado com molho de tomate e maionese hiper-calórica?). Onde reside o mal do gosto pelas coisas boas, de apreciar o fausto, ser um connaisseur e não o esconder?

Eterna juventude

Ninguém quer ser cota, ter meia-idade, ser identificado como velho. E infelizmente, como dizia a Agustina Bessa-Luís, não é por a um velho lhe faltar o desejo que renuncia ao milagre. Tememos não concretizar todos os sonhos que anos a fio preservámos - ser jovem é possuir o mundo na concha da mão. E julgamos, ao apagar os vestígios do tempo, ludibriar a genética.

Snobeira popular

Parecer snobe é pretensão dos que não têm entrada na casa dos deuses; os verdadeiros snobes, porque a têm garantida, não carecem de exibições. O espírito snobe-popularucho é milho que a “gentinha” debica (expressão à boa maneira dos snobes emergentes).

Voyeurismo

As vidas dos concorrentes das novelas da vida real são banais: acordam, lavam os dentes, discutem, amam. E vemo-los testar os limites. Assistimos porque nos toca. Por exiberem uma parte de nós. James Stewart tinha a janela indiscreta de onde acedia ao mundo que o excluía pela sua imobilidade. Dali espiava os vizinhos. Via-os despidos da polidez social. Acabaria, ainda assim, por ver a sua vida misturada com a deles, de se ver integrado como personagem e não como mero espectador. Não se passa o mesmo connosco?"


in http://sempenisneminveja.weblog.com.pt/

Monday, January 28, 2008

a verdade apanha-se com enganos




sonhei aos vinte anos durante três avé-marias
que eu tinha-me roubado a minha vida
depois de treler o monte dos vendavais
decidi ir contra a futilidade do romance

fui apanhado aos vinte e dois anos
em plena capicua inocente e rua
em amantíssima posse viral

a verdade apanha-se com enganos

aos vinte e três outonos apaixonei-me doze vezes
e nem sempre pelas mesmas almas
mas sobrevivi a um coração míope

Thursday, January 24, 2008

Monday, January 21, 2008

Nowhere Fast (Finalmente a letra!!!)



Laying in your bed and on a Saturday night you're sweating buckets and

its not even hot.
'Cause your brain has got the message and its sending it out to every
bone and every muscle you got.
You got so many dreams that you don't know where to put them so you
better turn a few of them loose.
Your body has got a feeling that its starting to rust you gotta remedy
it to put it to use.

And I don't know how I ever thought that I could make it all alone
When you only make better and it better be tonight
And we'll fly away on those angel wings that grow from your daddy's car
We'll be there for you tonight
I'll be there for you tonight

And if you don't have anywhere to go
You go down on the pedal and you're ready to roll
And even if you don't have anywhere to go
You go down on the pedal and you're ready to roll

And your speed is all you'll ever need, all you'll ever need to know
Darling! Darling!

Chorus:
You and me we're goin' nowhere slowly and we gonna get away from the
past
There's nothin' wrong with goin' nowhere baby
But we should be goin' nowhere fast
Everybody's goin' nowhere slowly
They're only fighting for the chance to be last
There's nothin' wrong with goin' nowhere baby
But we should be goin' nowhere fast

It's so much better goin' nowhere fast


Stalking in the shadows by the light of the moon its like a prison and
the night is a cell
Going' anywhere has gotta be heaven tonight, 'cos stayin here has gotta
be hell
You're dying in the city like a fire on the water let's go running on
the back of the wind
There's got to be some action on the face of the earth and I gotta see
your face one again

And I don't know where I am or got the bright idea that I was cool
So alone and independent but I'm depending on you now
And you'll always be the only thing that I just can't live without
And I'm out for you tonight
I'm coming out for you tonight

Even if you don't have anywhere to go
You go down on the pedal and you're ready to roll
Even if you don't have anywhere to go
You go down on the pedal and you're ready to roll
And your speed is all you'll ever need, all you'll ever need to know
Darling! Darling!

You and me we're goin' nowhere slowly and we gonna get away from the
past
There's nothin' wrong with goin' nowhere baby
But we should be goin' nowhere fast
Everybody's goin' nowhere slowly
They're only fighting for the chance to be last
There's nothin' wrong with goin' nowhere baby
But we should be goin' nowhere fast

Godspeed! Godspeed! Godspeed! Speed us away!

Thursday, January 17, 2008

Cobertura e Glacê

Cobertura

1 lt de leite meio gordo
chocolate em pó (2 colheres de sopa)
manteiga (1 colher de sopa)

O leite e o chocolate em pó numa panela, misturar com graça.
Depois com a manteiga até ponto brigadeiro,cobrir o bolo.
Meter o dedinho para experimentar.
Chocolate granulado opcional.


Glacê

Açucar pilé (q.b.)
Natas para bater (q.b.)

Misturar primeiro á mão, depois batedeira.
Misturar, misturar, misturar, até ficar uma massa consistente...
Oferecer o recipiente para raspar com colher de pau antiga e lambuzar.
Cobrir o bolo e colocar no frigorífico.

Monday, January 14, 2008

Mais

Dizem-me que mudei...
Estás tão diferente....!
Mais madura...mais mulher...
Sim senhora....fico contente de te ver assim...

Nesse "assim" pode-se ler:
Mais.........
Mais....
Mais o que?


E tu? Que me achas?
Antonio.......?
Nem sabes pois não.....?

Fugiste-me comigo.
Agora não te procuro mais...
(Mais mulher, mais madura..)

Agora acordo de te sonhar e lá te deixo ficar...
Evito as ruas de Mindelo por onde passas,
as frutas que gostas,
as cores que usas,
Escondo-me dos teus pais,
Ignoro os olhares de compaixão dos teus amigos
Não visto nada que tenhas elogiado nas tuas mentiras
Oponho-me a tudo que tenhas defendido...

(mais mulher, mais madura)

Afinal tinhas razão.
Guerra Perdida.
Agora percebo.
(mais mulher, mais madura)

Saíste do meu peito como terra da chã vermelha por baixo da porta
num sopro rápido e em rodopios.
Quando vi, já lá não estavas...
Não deixaste vestígios nem te esqueceste de nada.
Ficou apenas no ar, aquele peso a vacúo,
a gasto..
Na boca,
o travo a linho enferrujado apodrecido ao sol...

(mais mulher, mais madura, mais triste, mais vazia)

Assim me despeço de quem mais amei
e que hoje não mais reconheço...
Quem te amou já não está aqui
e saber isso será a lenta despedida.

Mais Libera

Friday, January 11, 2008

É oficial! Está tudo doido!!!


E proibírem os portugueses de terem ataques de verborreia, escarrarem pro chão e de coçarem os tomatinhos na via pública?! Isso é que era!

Thursday, January 10, 2008

A carta

António meu amor

Esta é a carta mais irreal que alguma vez escrevi.
Tu não existes, amor, e este sentimento tão pouco.
Escrevo-te sem nada para para dizer e com tudo à flor da pele.
Nos meus sonhos vens como mau conselheiro, como brisa suave para oeste quando o centro é outro.
Brisa que assopra-me ao ouvido que não vá...Não vás....
Que és guerra perdida.

Perdida, dizes tu.
Perdida sou eu.
Perdida.
Do norte, do poiso, da luz, da paz, da imensidão e do propósito.
De todas as formas e consequências.

Nunca estive tão lúcida.
Nunca fui tão clara.
Como disse Pessoa, estou lúcida como se estivesse para morrer.
Tenho aquele olhar pousado de quando sentes a verdade.

A verdade? dizes tu.
A verdade.digo eu.
Essa mentira tão grande como o mundo que nos pertenceu.
Esse silêncio interior que só o sabe quem o tem, quem o escuta.
Este pulsar do coração da alma, não do corpo...
Que só no silêncio ensurdecedor do vazio deixamos espalhar.

António meu amor...
Se...
Nada...........nada.

beijos do tamanho da surpresa da minha alma face à tua.

Tuesday, January 8, 2008

Monday, January 7, 2008

" Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.


É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! "

Arnaldo Jabor

Sunday, January 6, 2008