Wednesday, April 30, 2008
Tuesday, April 29, 2008
Sunday, April 27, 2008
"Vestir roupa velha nos finais de tarde que convidam a permanecer em casa, é como degustar um prato suculento em horas de apetite desmedido. A experiência de ficar despojada de tudo o que não tem aspereza, finura nova, textura hirta, é comparável à sensação de nudez no mundo.
Fecha-se a porta ao mesmo tempo que se desnudam pés, se solta o cabelo e se abre o chuveiro de água tépida. Resta a fruição, o gosto, o prazer completo.
A música ao fundo do corredor acompanha os passos molhados num soalho vadio, gasto e escuro. Escolhe-se, sem cuidado, a roupa que é eleição de horas vazias. O corpo aconchega-se ao cheiro dos dias que passaram pela vida de uma blusa que não tem preço. Braços escorregam pelas mangas de algodão e, por segundos, sente-se a história de uma peça quase inútil.
Distribuir passos pela casa com trapos velhos, é ter na alma o corpo inteiro, decidir num instante prolongado aquilo que não é mais que silêncio. Roupa velha. Roupa triste e gasta, feia, descolorada e comprometida com quem a acolhe.
Quando os finais dos dias convidam a permanecer dentro de um mundo cheio de eus, a roupa que outrora serviu para mostrar o corpo cheio de outros é, agora, o trapo que diz as ideias bem dispostas de quem já saiu de cena, viveu infernos de frio e quente, ouviu palavras contentes e voltou à jazida do que é quieto.
Cai a noite. Voltam os pés ao soalho gasto e antigo. Abre-se a porta e o sono. É hora de deixar cair a roupa. Perto do chão existe o lugar onde o corpo se deita para, em algumas horas, deixar de estar presente no lugar dos sonhos."
por Paula Capaz
Fecha-se a porta ao mesmo tempo que se desnudam pés, se solta o cabelo e se abre o chuveiro de água tépida. Resta a fruição, o gosto, o prazer completo.
A música ao fundo do corredor acompanha os passos molhados num soalho vadio, gasto e escuro. Escolhe-se, sem cuidado, a roupa que é eleição de horas vazias. O corpo aconchega-se ao cheiro dos dias que passaram pela vida de uma blusa que não tem preço. Braços escorregam pelas mangas de algodão e, por segundos, sente-se a história de uma peça quase inútil.
Distribuir passos pela casa com trapos velhos, é ter na alma o corpo inteiro, decidir num instante prolongado aquilo que não é mais que silêncio. Roupa velha. Roupa triste e gasta, feia, descolorada e comprometida com quem a acolhe.
Quando os finais dos dias convidam a permanecer dentro de um mundo cheio de eus, a roupa que outrora serviu para mostrar o corpo cheio de outros é, agora, o trapo que diz as ideias bem dispostas de quem já saiu de cena, viveu infernos de frio e quente, ouviu palavras contentes e voltou à jazida do que é quieto.
Cai a noite. Voltam os pés ao soalho gasto e antigo. Abre-se a porta e o sono. É hora de deixar cair a roupa. Perto do chão existe o lugar onde o corpo se deita para, em algumas horas, deixar de estar presente no lugar dos sonhos."
por Paula Capaz
Thursday, April 24, 2008
Ora nem mais!
"O que Lisboa tem de único?
Só as cores desta cidade me alegram, me despertam coisas e emoções que partilho. A maior parte só. Comigo. A alma e a saudade que mais nenhuma cidade me faz sentir. Faz parte de mim. Adoro o prazer desta exclusividade."
Bárbara Marinho Martins entrevistada pela LeCool
Só as cores desta cidade me alegram, me despertam coisas e emoções que partilho. A maior parte só. Comigo. A alma e a saudade que mais nenhuma cidade me faz sentir. Faz parte de mim. Adoro o prazer desta exclusividade."
Bárbara Marinho Martins entrevistada pela LeCool
Wednesday, April 23, 2008
Há amor amigo
Amor rebelde
Amor antigo
Amor de pele
Há amor tão longe
Amor distante
Amor de olhos
Amor de amante
Há amor de inverno
Amor de verão
Amor que rouba
Como um ladrão
Há amor passageiro
Amor não amado
Amor que aparece
Amor descartado
Há amor despido
Amor ausente
Amor de corpo
E sangue bem quente
Há amor adulto
Amor pensado
Amor sem insulto
Mas nunca tocado
Há amor secreto
De cheiro intenso
Amor tão próximo
Amor de incenso
Há amor que mata
Amor que mente
Amor que nada mas nada
Te faz contente, me faz contente
Há amor tão fraco
Amor não assumido
Amor de quarto
Que faz sentido
Há amor eterno
Sem nunca talvez
Amor tão certo
Que acaba de vez
Amor rebelde
Amor antigo
Amor de pele
Há amor tão longe
Amor distante
Amor de olhos
Amor de amante
Há amor de inverno
Amor de verão
Amor que rouba
Como um ladrão
Há amor passageiro
Amor não amado
Amor que aparece
Amor descartado
Há amor despido
Amor ausente
Amor de corpo
E sangue bem quente
Há amor adulto
Amor pensado
Amor sem insulto
Mas nunca tocado
Há amor secreto
De cheiro intenso
Amor tão próximo
Amor de incenso
Há amor que mata
Amor que mente
Amor que nada mas nada
Te faz contente, me faz contente
Há amor tão fraco
Amor não assumido
Amor de quarto
Que faz sentido
Há amor eterno
Sem nunca talvez
Amor tão certo
Que acaba de vez
Tuesday, April 22, 2008
Sunday, April 20, 2008
Tuesday, April 15, 2008
Monday, April 14, 2008
Friday, April 11, 2008
Tuesday, April 8, 2008
Monday, April 7, 2008
Sunday, April 6, 2008
Thursday, April 3, 2008
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